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Uma historia de amor, de uma família rica, bem posta, cujo pai, um dia se apaixona pela amante de seu filho.
O padrasto de Anna chegou a Londres para uma estada de três dias participando de uma conferência de escritores. Martyn sugeriu que o convidássemos para jantar. Devo confessar que aceitei a sugestão com uma certa avidez. Acertamos o jantar para quinta-feira. Pedi que consultassem a sua agenda, lá no escritório. Disseram que não havia problema. - Ótimo. - Já leu algum dos livros dele? - Já. Na verdade, dois. - Ah, esse meu marido intelectual! - Imagine! - Eu vivia num país onde o fato de ter lido dois livros de um dos mais conhecidos escritores americanos modernos me tornava um intelectual. - Bem, e que tal é ele como escritor? É muito famoso. - Escreve sobre a alienação. A alienação da classe média urbana. A América do século XX, divorciada de suas raízes, com todos os antigos valores desaparecendo sob o peso duplo da ganância e do medo. - Meu Deus! Não me soa muito animador. - Para falar com justiça, este meu comentário é um sumário clínico bastante resumido. O homem é um escritor brilhante. Os personagens femininos são especialmente bem construídos. Até as feministas gostam dele. - Há quanto tempo está casado com a mãe de Anna? - perguntou Ingrid. - Não tenho idéia. - Que idade ele tem? - Deve estar na faixa dos sessenta. Sessenta e poucos, eu diria. - Bem, talvez ele possa me dar um outro ponto de vista com relação a Anna. Estou realmente curiosa e animada com a perspectiva desse jantar. Vou tentar ler um dos livros dele. Você acha que estão no seu gabinete de trabalho? - É possível. Vou verificar. Encontrei os livros com facilidade. - Aqui estão - disse para Ingrid, que me seguira. O Menino Glorioso e Tempo de Permuta. - Qual é o mais fácil? Não... qual é o mais curto? - Tente O Menino Glorioso. - Não vou conseguir acabar até quinta-feira, mas acho que consigo ter uma idéia do que se trata, não é mesmo? - Sem dúvida que sim, Ingrid. Ele tem um estilo muito específico que permeia toda a sua obra. Bem, preciso ir. Você está linda neste vistido bege. Tres chic. - Merci, chéri... au revoir. Agora que eu vivia de verdade, caminhava e respirava - um ser criado por Anna, ó ser afortunado -, havia dias em que tinha mais prazer desempenhando o meu papel como marido de Ingrid do que jamais tivera. Não senti culpa. Tudo ficaria bem com Ingrid. Naquela manhã tive uma ilusão absurda de que ela sabia de tudo e compreendia. Sorriu para mim com uma expressão tão feliz, quando fui saindo, que quase me senti tonto de alívio e prazer...."
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