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Traduzido por: Livro Editado em Português do Brasil
Páginas: 189
Ano de edição: 1955
Peso: 385 g
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O visitante foi escrito pelo Osman Lins no inicio dos anos 50. Se o leitor já fosse - ao menos - menino crescido nessa época, certamente entenderia o romance, sua linguagem e talvez, até, com muito esforço, gostasse da história. Os principais personagens da historia do visitante são: o professor Artur, Celina e num papel de vilã prejudicada, Rosa. Uma velha e nada original historinha de triângulo amoroso, numa cidade do interior, onde a personagem esconde uma gravidez indesejada que culmina com um aborto. Hoje, esse tipo de história rococó, problemática, angustiante, malfadada e malfazeja, não tem graça nenhuma. As questões sexuais que eram importantíssimas na década de 40 e 50, hoje não têm - felizmente - tamanha importância, até porque sexo é um assunto razoavelmente bem resolvido nas gerações de 60, 70 em diante... Hoje, qualquer um vai achar a história da Celina e do Professor Artur uma grande bobagem. Como simples observação o romance é muito bem escrito, tem estrutura simples, boa e inteligente, com "começo, meio e fim". Mesmo assim é um livro fraco. Em maio de 1969, o autor foi entrevistado pelo jornal Estado de S.Paulo, de onde destacam-se os seguintes trechos: "Escrevo ainda para os que nunca haverão de ler-me, mas poderão, mesmo assim, ser alcançados pelos meus trabalhos, pois o alcance de um livro nem sempre se esgota no ato da leitura, podendo muito bem expandir-se através da conversa e de outros meios. Por isto é que não deve um escritor zombar dos críticos quando estes assinalam, no seu livro, influência de um autor que ainda não leu. Essa influência não tem forçosamente que processar-se através da leitura." "Não considero o crítico meu professor ou meu juiz, não espero que dê nota a meus livros, como se faz com um dever escolar." "Gostaria que a crítica se preocupasse mais com o leitor, preparando-o para a obra a ser lida. Seria também interessante que o crítico, sempre que possível, não tentasse parecer inteligente demais. Nada mais apropriado para afugentar o leitor, principalmente o leitor de ficção, que uma crítica demasiado erudita." Mesmo com a ressalva da entrevista do Osman Lins, a história do livro é fraca, resultando que "O Visitante" é um livro, apenas, razoável, ou mediano.
A dramática história de amor do Professor Artur e Celina.
As notas fmais do hino morriam nos altares, quando ela se ergueu. Quase todos já haviam saído, mas o cântico se mantivera, imperturbável, em meio ao barulho de vozes, arrastar de pés, chôro de crianças. Uma voz masculina destacou-se, irada. Ouviram-se risos ao longe, uma senhora interpelou-a. Não iria à reunião? Nem ao Cristo Rei? Oh! Estava doente e mesmo assim comparecera à missa? Aquilo ia ser levado em conta. Que se restabelecesse quanto antes - era o que desejava. E agitando as carnes fôfas, comprimidas, afastara-se. Nos bancos próximos à saida, taciturnos, suados, alguns homens se abanavam com os chapéus, lançando olhares de impaciência para os meninos que aguardavam o Batismo, a chorar nos braços das mães ou das madrinhas. Ela escutou o pranto e pensou que o demônio estava naqueles corpos frágeis, indefesos, e deles participaria até que o expulsasse o padre, cujas palavras e gestos se antecipariam ao fim dos tempos, abrindo os jardins do Senhor aos olhos das crianças. "Aperi ei, Domine, ianuam pietatis tuae... " Mas era terrível pensar que se o templo ruísse naquele instante, elas como que levariam suas pequenas almas para os ataúdes, cujas tampas só o Juízo Final descerraria
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Num sebo eletrônico, cujo nome nem lembro, comprei este livro no inicio de 2006, porque era uma "oferta de livros raros".
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