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Traduzido por: Livro Editado em Português do Brasil
Páginas: 157
Ano de edição: 2003
Peso: 125 g
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Clara dos Anjos é a personagem principal da história de uma mulata, evidentemente pobre, filha de um carteiro que foi iludida, seduzida e depois desprezada, pelo homem que lhe cantara.Também é personagem do preconceito racial. O autor, embora considerado um clássico do pré modernismo é um mestre da ironia e do sarcasmo, recursos muito presentes ao longo do romance. A história é simples como a simplicidade dos personagens e sua linguagem foge ao preciosismo retórico do início dos anos 1900. Livro bom, ainda que o lirismo e as expressões coloridas da época, não signifiquem o melhor estilo leitura depois de passados 100 anos da criação da história.
A história de Clara, pobre e mulata, que foi seduzida e depois abandonada por Joaquim.
Embora atualmente fosse um simples contínuo de ministério, em que não fazia o serviço respectivo, nem outro qualquer, devido a seu estado de invalidez, de semi-aleijado e semiparalítico do lado esquerdo, tinha, entretanto, pertencido a uma modesta roda de boêmios literatos e poetas, na qual, a par da poesia e de coisas de literatura, se discutia muita política, hábito que lhe ficou. ...
.... A sua roda não tinha ninguém de destaque, mas alguns eram estimáveis. Mesmo alguns de rodas mais cotadas procuravam a dele. Quando narrava episódios dessa parte de sua vida, tinha grande garbo e orgulho em dizer que havia conhecido Paula Nei e se dava com Luís Murat. Não mentia, enquanto não confessasse a todos em que qualidade fizera parte do grupo literário. Os que o conheciam, daquela época, não ocultavam o título com que partilhava a honra de ser membro de um cenáculo poético. Tendo tentado versejar, o seu bom senso e a integridade de seu caráter fizeram-lhe ver logo que não dava para a coisa. Abandonou e cultivou as charadas, os logogrifos, etc. Ficou sendo um hábil charadista e, como tal, figurava quase sempre como redator ou colaborador dos jornais, que os seus companheiros e amigos de boêmia literária, poetas e literatos, improvisavam do pé para a mão, quase sempre sem dinheiro para um terno novo. Envelhecendo e ficando semi-inutilizado, depois de dois ataques de apoplexia, foi obrigado a aceitar aquele humilde lugar de contínuo, para ter com que viver. Os seus méritos e saber, porém, não estavam muito acima do cargo. Aprendera muita coisa de ouvido e, de ouvido, falava de muitas delas....
...“O que era preciso, tanto a ela como às suas iguais, era educar o caráter, revestir-se de vontade, como possuía essa varonil Dona Margarida, para se defender de Cassi e semelhantes, e bater-se contra todos os que se opusessem, por este ou aquele modo, contra a elevação dela, social e moralmente. Nada a fazia inferior às outras, senão o conceito geral e a covardia com que elas o admitiam...”
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Lima Barreto é um dos escritores saídos do movimento modernista de 1922, como Graça Aranha, Euclides da Cunha, Augusto dos Anjos e Monteiro Lobato. Comprei o Clara dos Anjos, numa promoção da Submarino, em julho de 2006, para conhecer um pouco mais do estilo do Lima Barreto.
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