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Traduzido por: Laura Alves e Aurélio Rebelo
Páginas: 463
Ano de edição: 2001
Peso: 745 g
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As idéias do homem - a respeito do mundo e de si mesmo - desde Sócrates, até meados do Século XX, abordando:
1) Os grandes atenienses; 2) O pensamento helenístico; 3) O cristianismo primitivo com suas raízes judaicas; 4) A Idade Média; 5) O Renascimento; 6) A Reforma e a revolução científica; 6) O Iluminismo; 7) O idealismo e utilitarismo do século XIX, 8) O existencialismo.
O caráter irreverente e inquisitivo da tradição grega, junto com a decadência dos tempos helenísticos, contribuiu para suavizar as antigas virtudes romanas, especialmente quando, com o advento da expansão ultramarina, grandes riquezas afluíram ao país. A influência genuinamente grega perdeu força e se concentrou em uns poucos indivíduos, especialmente entre a aristocracia da cidade de Roma. Por outro lado, os elementos não-gregos da cultura helenística se fortaleceram com o tempo. Como observamos antes, o Oriente propiciou um elemento de misticismo que, em geral, foi menos dominante na civilização da Grécia. Assim, influências religiosas da Mesopotâmia e de outros lugares penetraram no Ocidente, produzindo um vasto fermento sincrético do qual, finalmente, o cristianismo emergiu supremo. Ao mesmo tempo, a tendência mística encorajou a expansão de toda sorte de práticas e crenças supersticiosas. À medida que os homens se sentiam menos satisfeitos com a sua sorte terrena e menos confiantes nos seus próprios poderes, as forças do irracional ganharam terreno. É verdade que o Império desfrutou de dois séculos de paz, porém a pax romana não foi uma era de esforço intelectual construtivo. A filosofia, a que havia, seguia a tendência estóica. Do lado político, isso representava um avanço sobre o paroquialismo dos grandes pensadores clássicos, pois o estoicismo pregava a irmandade entre os homens. Esta noção estóica adquiriu significado tangível porque Roma governou o mundo conhecido durante vários séculos. É claro que, a seu modo, o Império considerava o mundo além das suas fronteiras com a mesma condescendência com que o viraram as cidades-estados gregas. Houve alguns contatos com o Extremo Oriente, mas não suficientes para que os cidadãos romanos se impressionassem com o fato de haver outras grandes civilizações que não podiam ser simplesmente desconsideradas como bárbaras. Em que pese essa visão mais ampla, Roma era sujeita à mesma arrogância dos seus antecessores culturais, os gregos. Esse astigmatismo foi herdado inclusive pela Igreja, que se intitulava católica, ou universal, embora no Oriente houvesse outras grandes religiões cuja ética era, pelo menos. tão avançada quanto a cristã. Os homens ainda sonhavam com governo e civilização universais. Assim, o papel supremo de Roma foi o de transmitir uma cultura mais antiga e superior à sua própria. Isso foi conseguido graças ao gênio organizador dos administradores romanos e à coesão social do Império. Os vestígios da ampla rede de estradas espalhadas pelos territórios romanos nos lembram essa grande tarefa organizadora. A expansão romana garantiu que boa parte da Europa continuasse funcionando primordialmente como unidade cultural, a despeito das diferenças e contendas nacionais surgidas em tempos posteriores. Nem mesmo as invasões bárbaras foram capazes de destruir irreparavelmente essa base cultural. No Oriente, a influência de Roma foi menos duradoura. A razão disso foi a grande vitalidade dos conquistadores árabes mulçumanos. Enquanto no Ocidente os invasores eram absorvidos por uma tradição que devia muito a Roma, o Oriente Médio se convertia inteiramente à religião dos conquistadores. O Ocidente, porem, deve aos árabes grande parte do seu conhecimento acerca dos gregos, transmitido à Europa por pensadores muçulmanos, especialmente através da Espanha. Na Grã-Bretanha, que foi romana por três séculos, as invasões anglo-saxônicas parecem ter produzido uma completa ruptura com as tradições romanas. Como conseqüência, a grande tradição legal romana, que sobreviveu em toda a Europa ocidental onde Roma governou, não se firmou na Grã-Bretanha. Até hoje, o direito consuetudinário inglês é anglo-saxão. Na filosofia, isto tem uma conseqüência interessante e digna de nota. A filosofia escolástica da Idade Média está vinculada de perto à lei, e a casuística filosófica equivaleu a um exercício rígido e formal da antiga tradição romana. Na Inglaterra, onde as tradições legais em vigor eram anglo-saxônicas, a filosofia, mesmo no apogeu do período escolástico, foi principalmente de caráter mais empírico. As tendências sincréticas que, no Império, atuaram no campo da religião, foram acompanhadas por um desenvolvimento similar da filosofia. Em termos amplos, a principal tendência da filosofia no início do Império teve caráter estóico, ao passo que as doutrinas mais animadoras de Platão e Aristóteles foram um ramo superadas. Contudo, por volta do século III, veio à tona uma nova interpretação da antiga ética à luz da doutrina estóica, movimento que se achava em perfeita sintonia com as condições gerais da época. Esse amálgama de diferentes teorias passou a ser chamado de neo platonismo e exerceria grande influência na teologia cristã. Em certo sentido representa uma ponte entre a Antiguidade e a Idade Média. Com isso a filosofia dos antigos chega ao fim e se inicia o pensamento medieval. O neo platonismo surgiu em Alexandria, ponto de encontro do Oriente com o Ocidente. Ali se misturavam influências religiosas da Pérsia e da Babilônia, restos de ritos egípcios, uma forte comunidade judaica praticando a sua própria religião, seitas cristãs e, com tudo isso, um cenário geral de cultura helenística. Diz-se que a escola neo platônica foi fundada por Amônio Sacas, de quem pouco se sabe. O mais importante dos seus discípulos foi Plotino (204-270), o maior filósofo do neoplatonismo. Nasceu no Egito e estudou em Alexandria, onde viveu até 243.
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Toda obra de filosofia, para mim, é muito bem vinda. Consegui esta na Bienal do Livro. Este livro faz parte da minha pretensiosa lista pessoal de "best sellers".É um dos favoritos do Marcio.
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