Excelente
Marcio Mafra
31/05/2020 às 19:22
Brasília - DF
Aqui no Brasil, mesmo decorridos mais de 130 anos da abolição da escravatura, como em Luanda, Angola, Benim, Cabo Verde os negros
ainda recebem salários menores do que os brancos, são mais perseguidos pela polícia e ocupam funções de pouca ou nenhuma qualificação no mercado de trabalho.
São minorias tanto no serviço público, como nas universidades onde o estudo é gratuito.
São maiorias, somente nas favelas e periferias das grandes cidades, onde convivem com a pobreza cidadã.
Nas favelas falta água tratada, esgoto, energia elétrica, arruamento, transporte público, escolas, assistência à saúde e áreas de lazer.
Sobra apenas o abandono do Estado.
A dor, a tristeza e o sofrimento decorrente do negócio negreiro, ainda repercutem em todos esses lugares.
O leitor ficará surpreso ao verificar como o Brasil se assemelha, em muitos pontos e costumes, a países africanos, muito mais do que às nações do primeiro mundo.
Laurentino Gomes, festejado e premiado autor dos livros 1808 sobre a fuga da família real para o Brasil, 1822 sobre a Independência
do Brasil e 1889 sobre a proclamação da República, relata neste primeiro volume da “Escravidão”, como o Brasil se tornou a maior nação escravagista
do mundo ocidental, ao traficar quase 6 milhões de negros africanos para o seu território.
Como conseqüência, nos dias atuais, o Brasil tem a maior população negra do planeta, depois apenas da Nigéria.
Desde a invasão do Brasil pelos europeus em 1500, e aproximadamente por mais 400 anos, a economia brasileira foi irrigada
com o sangue, o suor, a força e a vida dos escravos, com indeléveis reflexos na sociedade, na cultura, na política e na economia,
observados na construção do país logo após a proclamação da República.
Leitura densa.
Fatos históricos levantados em pesquisas de quase seis anos.
Livro excelente.