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Simone de Beauvoir, existencialista e feminista de carteirinha, mulher de Jean Paul Sartre, ficou famosa no mundo todo porque logo após o fim da segunda guerra mundial, escreveu um livro "Le Deuxième Sexe" que tratou da desmistificação da fragilidade das mulheres. Era um apelo intelectual para que as mulheres fossem consideradas pessoas e não enfeites submissos aos homens. Depois, já famosa escreve o espetacular "Todos os homens são mortais" onde conta a vida do Conde Fosca que bebe um elixir da longa vida. Daí ele passa a viver o seu tormento por ser imortal. Passa de geração em geração, de povo em povo e nunca morre. É a imortalidade escrita com muito talento. O personagem principal passa o tempo dos mortais combatendo a ambição, o poder, a imortalidade, o prazer e o destino. O final é emocionante, embora existencial. Mais que sensacional. Sensacionalíssimo.
A história do conde Fosca, que era imortal.
No momento em que a questão da Constituição ia ser apresentada tivemos a decepção de ser obrigados a dissolver a Dieta: Francisco I, furioso com o malogro de suas ambições ao trono imperial, preparava-se para nos declarar guerra; motins tinham explodido na Espanha, e Carlos precisava partir para Madri. Pediu-me que ficasse junto de seu irmão Fernando, a quem confiara o governo da Alemanha. A condenação de Lutero não acalmara a agitação que reinava em todo o Império. Os monges abandonavam os conventos e espalhavam-se através dos campos, pregando doutrinas heréticas. Bandos armados formados por estudantes, operários, aventureiros, incendiavam as casas dos padres, as bibliotecas e as igrejas. Nas cidades nasciam novas seitas mais fanáticas do que a de Lutero e motins eclodiam. Em cada aldeia havia profetas que convidavam os camponeses a sacudir o jugo de seus príncipes e via-se aparecer nos campos o estandarte das antigas revoltas: uma flamula branca em que se achava pintado um sapato de ouro cercado de raios luminosos e com a divisa: "Quem quiser ser livre caminhe para este sol". - Não há razão para inquietação - disse Fernando. Bastará um punhado de soldados para que tudo entre na ordem novamente. - Na desordem – disse eu – Essa pobre gente tem razão: há necessidade de reformas. - Que reformas? - É o que cumpre estudar. Eu não esquecera o massacre dos tecelões de Carmona. E quando ambicionara ter o mundo nas mãos, meu primeiro desejo fora modificar-lhe a economia. Ora nunca a distribuição da riqueza se revelara tão desacertada. As mercadorias afluíam às nossas portas, o mundo inteiro abria-se ao comércio e nossos navios traziam preciosas cargas de todos os recantos da terra; e, no entanto, a massa de camponeses e pequenos comerciantes era mais pobre do que em qualquer outra época.
Autor: José Castello
Veículo: Caderno Eu Final de Semana - Jornal Valor Economico
Fonte:
Uma pergunta trivial, mas sutil, resume o mistério que sempre envolveu a escritora francesa e feminista Simone de Beauvoir (1908-1986). O que ela escondia com seu famoso turbante? A jornalista parisiense Madeleine Chapsal escreveu, certa vez, que duas coisas definiam Simone: seu turbante e seu ar de enfado. Por que usava aquele turbante? "Seria para parecer menos feminina ou para melhor realçar a sua bela testa de intelectual?", Madeleine pergunta. Que significado tinham os cabelos que ela se recusava a exibir?
Em outubro de 2004, iniciamos uma busca no HD de nossa memória, dos melhores livros que já lemos e que - por motivos diversos - não se encontram em nossas prateleiras. Sabe-se que o principal e mais importante motivo do desaparecimento de livro é - simplesmente porque é bom. Ninguém pede emprestado livro ruim. Livro bom some logo, tanto por empréstimo como por esquecimento. Assim iniciamos visitas "virtuais" aos sebos onde os "desaparecidos" podem ser comprados por módicos reais. Num desses passeios foi recuperado esta magnifica história do homem que não morria.
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