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Traduzido por: Livro Editado em Português do Brasil
Páginas: 201
Ano de edição: 2005
Peso: 355 g
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Com a publicação do “Voláteis”, o editor desejava fazer livro de autor, que fosse de fora do eixo cultural Rio/São Paulo. Por isso atribuiu o nome "fora dos eixos" à coleção que se inicia com este "Voláteis". Nela procura-se encontrar a qualidade literária de autores que lutam contra o banal e se caracterizam pela originalidade, o vigor e a transgressão narrativa. Voláteis é um livro fora dos eixos, mas a história do alcoólatra Fausto, do assaltante Machadinho, da prostitutinha Sabrina e da maluca Lara é uma história - que na sua essência - é comum. Os quatro personagens se encontram e se perdem na volatilidade de suas vidas. Não encantam pelo alcoolismo, pela maluquice, nem pela putaria. Voláteis não é um livro muito pedra, nem muito tijolo. Utilizar linguagem literária desleixada, pode ser interessante - sob o ponto de vista da originalidade - porém, não é certificado de livro bom.
A história de vida de quatro personagens: Fausto, Machadinho, Sabrina e Lara. Um alcoólatra, um assaltante, uma prostituta e uma maluca.
Sabrina abre as portas do roupeiro. Na última, encontra uma cadeira infantil, tira-a para fora, deita-se na cama, segurando-a pelos pés. Observa debaixo do assento (eclipsa o miolo de luz no teto). Os primeiros minutos naquela posição são agradáveis, mas a dor na omoplata, a dor que aparecera e sumira várias vezes nesses últimos dias, volta (é como uma tira inflamada, trêmula sob a pele, cavoucando a musculatura estirada desde a sexta-feira), obriga-a a deixar a cadeirinha de lado. Depois, levanta, pega as sacolas que estão ao pé da cama, esvazia-as sobre o lençol, amontoa roupas e acessórios: há coisas do dia-a-dia e outras menos comuns. Separa quatro dessas peças menos comuns, joga as demais contra a cabeceira. Estende a saia evasê (surpreende-se com a tonalidade laranja do tecido feltrado sobre o branco do lençol), faz o mesmo com a calça de lã cordada, com a blusa amarela de algodão crepom e o corpete vermelho de fibra sintética. O que será que passou na cabeça desse louco pra querer comprar essas coisas? Deita ao lado das peças, repara os detalhes, devem ter custado os olhos da cara... Pega o corpete, arremessa na direção da cômoda. Derruba o castiçal de pedra-sabão (o barulho sai alto e seco). Puta que pariu, era só o que me faltava. E, quando está para levantar, escuta as batidas de leve na porta. Não se move. A luz fica acesa, ela finge que está dormindo.
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Quando fui a Bienal do Livro, por volta de maio de 2005, comprei este título porque a crítica especializada estava falando sobre ele.
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